CTIC é Signatário do Manifesto do Couro para a COP26

O CTIC – Centro Tecnológico das Indústrias do Couro é signatário do Manifesto do Couro, assinado por várias entidades ligadas ao setor. 

O Manifesto da Indústria do Couro foi escrito com o objetivo de chamar a atenção dos intervenientes na COP 26 e  público em geral para o ataque que os materiais naturais, incluindo couro, estão a ser alvo, muitas vezes com mensagens factualmente questionáveis, ou simplesmente erradas. 

Pretende-se informar sobre a sustentabilidade do couro e destacar o facto de que a sociedade possui biomateriais amplamente disponíveis para uso. Estas matérias-primas prontamente disponíveis, quando produzidas de forma ética e adequada, são um importante substituto para a utilização de combustíveis fósseis, reduzindo a necessidade da sua extração e, consequentemente, retendo mais carbono no solo.

O Manifesto convida o Fórum COP26 a: reconhecer a contribuição positiva das fibras naturais para reduzir o impacto climático dos produtos de consumoencorajar o uso de fibras naturais e reduzir a dependência de materiais à base de combustíveis fósseis; para apoiar metodologias de LCA (Life Cycle Assessment Methodology) que contabilizam com precisão o impacto ambiental de materiais à base de combustíveis fósseis, incluindo as propriedades de fim de vida; e promover produtos duráveis “lentos” que podem ser usados muitas vezes, podem ser reparados e renovados e duram anos.44

MANIFESTO DO COURO

Os nossos materiais têm impacto no nosso clima

O mundo precisa de materiais que sejam sustentáveis, renováveis, recicláveis, biodegradáveis e, o mais importante, que não aumentem a carga de carbono atmosférico.Fibras naturais, como couro, algodão, lã, angorá, alpaca, seda, cânhamo e micélio, fazem parte do ciclo do carbono biogénico e, como tal, são constituídas por carbono que está na atmosfera há milénios.Essas matérias-primas já disponíveis, quando produzidas de forma ética e adequada, são um importante substituto para os combustíveis fósseis, reduzindo a necessidade de sua extração e retendo mais carbono na terra.Além disso, em fim de vida, os materiais naturais produzidos de forma adequada irão biodegradar-se, limitando o seu impacto e atenuando as emissões prejudiciais, como a poluição por microplástico, muitas vezes associada aos materiais sintéticos que substituem os materiais naturais.Com particular referência ao couro, o setor recicla um desperdício incontornável da indústria alimentar, para produzir um material versátil, durável, único, ideal para a economia circular para onde o mundo deve caminhar.No entanto, esses mesmos materiais são muitas vezes dispensados por falta de compreensão do processo de fabricação e da sua cadeia de abastecimento, ou por aplicação de ciência questionável, geralmente na forma de Avaliações de Ciclo de Vida incompletas e incomparáveis entre si, ou desatualizadas e a comercialização de novos materiais, muitas vezes baseados em combustíveis fósseis, alegando níveis infundados de sustentabilidade.Conforme mostrado por alguns estudos emergentes da ciência do clima, como o modelo GWP (Global Warming Potential |modelo de emissões de emissões de gases de efeito estufa), a produção e o uso de materiais biogénicos, normalmente, não aumentam a carga de aquecimento da atmosfera e, quando aumenta, os efeitos são de curta duração. Isso contrasta com os materiais produzidos a partir de combustíveis fósseis, que liberam o carbono que está retido no interior da Terra há milénios e persistirá no meio ambiente, contribuindo para as mudanças climáticas.Portanto, nós, as organizações abaixo assinadas, convocamos o fórum da COP26 para …… Reconhecer a natureza cíclica e climaticamente eficiente das fibras naturais e o seu potencial para uma contribuição positiva para a redução dos impactos climáticos dos produtos de consumo.… Incentivar o uso de fibras naturais, sempre que possível, e reduzir a dependência desnecessária de materiais à base de combustíveis fósseis.… Apoiar metodologias de LCA que contabilizam com precisão o impacto ambiental de materiais à base de combustíveis fósseis, incluindo as propriedades de fim de vida…. Promover a ‘slow fashion’, produtos duráveis e peças que podem ser usadas várias vezes, reparadas e renovadas, durando muitos anos. 
Signatários do Manifesto do Couro


Asociación Española del Curtido (ACEXPIEL – Spanish Tanners’ Association)
Associação Portuguesa dos Industriais de Curtumes (APIC – Portugal Tanners’ Association)
Association of Dutch Hide Traders (V.N.H.)
Australian Hide Skin and Leather Exporters’ Association Inc. (AHSLEA)
Cámara de la Industria de Curtiduría del Estado de Guanajuato – México (CICUR)
Cámara Nacional de la Industria de Curtiduría – México (CANALCUR)
Centre for the Brazilian Tanning Industry (CICB)
Centro Tecnológico das Indústrias do Couro (CTIC – Leather Center in Portugal)
China Leather Industry Association
Confederation of National Associations of Tanners and Dressers of the European Community (COTANCE)
Dutch Association of Leather Chemists & Technicians (NVLST)
International Council of Hides, Skins and Leather Traders Association (ICHSLTA)
International Council of Tanners (ICT)
International Union of Leather Technologists and Chemists Societies (IULTCS)
Fachverband der Textil-, Bekleidungs-, Schuh- und Lederindustrie – Berufsgruppe Ledererzeugende Industrie (Austrian Association of Textile, Clothing, Shoe and Leather Industry – Leather Producing Industry Group)
Fédération Française des Cuirs et Peaux (French Hides & Skins Association)
Fédération Française Tannerie Megisserie (French Tanners Association)
Leather and Hide Council of America
Leather Cluster Barcelona
Leather Naturally
Leather UK
Leather Working Group
One 4 Leather
Society of Leather Technologists and Chemists
Sustainable Leather Foundation
Swedish Tanners Association
Turkish Leather Industrialists Association (TLIA)
UNIC Concerie Italiane (Italian Tanneries Association)
Verband der Deutschen Lederindustrie e.V. (TUV – German Leather Federation)
Wirtschaftsverband Häute/Leder (WHL – German Hide and Leather Association)
Zimbabwe Leather Development Council